Está acontecendo uma certa celeuma em torno de um post recente deste blog.
Aparentemente uma senhora idosa (já que me chama de "piá"), possuidora deste
blog rosa, ofendeu-se com a comparação feita por mim entre o indiano que pisa em crianças e os católicos que comem biscoitos pensando em carne (!!!), tomam vinho vagabundo pensando em sangue (!!!) e conversam com amigos imaginários (!!!)...
A dita senhora decidiu, então, praticar proselitismo ôco por estas bandas e soltou um textículo inflamado, rezando seu credo (que nada adicionava ao tema em questão) e exprimindo seus juízos de moral quanto ao valor superior de sua religião.
Sua mensagem foi respondida por mim e por outros e a senhora em questão, ex-jihadista católica, tornou-se instantaneamente uma hippie paz e amor. Respondo neste post seus últimos despautérios (os comentários da dita cuja na cor do crucifixo do burrinho acima):
"kkkkkkk
Proselitismo vazio X Ateísmo vazio.
báh, o que será pior???"
O Sr. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira deu cinco voltas em seu caixão agora. Sugiro a leitura de sua mais famosa obra a fim de que perceba que proselitismo e ateísmo não são antônimos. Sugiro, também, a leitura de qualquer material primário de Ontologia para que descubra a diferença "sutil" entre as entidades que pretende confrontar em seu pretenso chiste.
"Olha, piazada, não foi minha intenção mesmo. Tenho maior raiva de gente que vem, querer dizer que é melhor que fulano pq é de tal religião, ou pq tem tal Deus. Fazer com q a gente engula "deus guela à baixo' Desculpa aí, se vcs entenderam isso, tá."
Não, minha senhora (já que passei agora a ser um "piá"). Além de proselitista, jihadista e arrogante, a senhora está se comportando como uma pessoa cínica, hipócrita e sem-vergonha. Admita suas ações, pelo simples motivo de que estão registradas em minha caixa de comentários. A senhora teve a desfaçatez de afirmar: "Existem RELIGIÕES e 'religiões', primeiramente é isso que tu tem que saber". Gostaria de saber quais são as distorções e artimanhas lógicas que habitam seu cérebro no momento em que decide elevar seus credos intangíveis a um panteão inalcançável por credos alheios (e também intangíveis). De qualquer modo, a senhora irá se contradizer em breve, nesta mesma mensagem, ao proferir recalcitrantemente a mesma asneira travestida em outras palavras. Aguardemos.
Essas frases de efeito e chavões crentais adoram conter figuras de linguagem que os crentes não dominam, como essa tosca elipse acima, que passa tangenciando um terrível cacófato. De qualquer modo, não passa de uma petição de princípio das mais pedestres, visto que exige que aceitemos a necessidade da existência do famoso "ser superior". Não aceitamos. Próxima.
"pode ser a ciência, pode ser uma serpente, pode ser dinheiro...O meu é Javé, Deus de Israel, eu acredito. PONTO FINAL."
Como é bom discutir com uma pessoa que encerra seus pseudo-argumentos com a expressão "ponto final" capitalizada. Nota-se a presença de uma cabeça aberta, de um cérebro saudável e faminto pelo diálogo - not!
O pior tipo de crentosco é o ignorante que desconhece seu próprio livreto sagrado. O seu Deus deveria ser o Deus do NT, o bonzinho (embora seja imutável). Seu querido JAHVEH não passa de um genocida psicótico, infanticida, aliciador de anjos, manipulador, autoritário, vingativo e mesquinho. Já que quer ser católica e tentar defender seus rituais medievais, por favor pelo menos os conheça. Ou então que jogue na fogueira quem toma leite e come carne na mesma refeição, entre outros "graves delitos".
Além disso, pode-se perceber mais uma pérola da rudeza cortical crental ao opôr Deus e a ciência. Para quem acredita num ser criador e onipresente, a ciência (e o dinheiro e a serpente) fazem parte de Deus via ação positiva (criação) e negativa (não destruição). Sem comentários.
"Não sou uma pessoa com bons argumentos, mas quem é?"
Não é mesmo. Você é uma pessoa SEM argumentos. Por isso é irritante. Só sabe repetir seus mantras crentais ad perpetuum. Isso, minha senhora, o papagaio da minha vizinha faz com soberba maestria.
"explicar, a fome, a violência, a guerra,homem, Deus, big-bang....tem coisas que não são para serem entendidas ou explicadas, MAS SIM "acreditadas"."
Não tenho necessidade de "acreditar" na fome, na violência ou na guerra. Muito menos no Big Bang, que é uma teoria com ciclópica comprovação através de evidências. A única entidade em seu rol que necessita de "crença" para existir é o seu amigo imaginário, o Javezinho. Sabe por quê? Porque você não pode vê-lo, ouví-lo, tocá-lo. É o seu dragão invisível e - para fins práticos dentro dos sábios termos da navalha de Ockham - ele não existe além dos limites do seu encéfalo. Mesmo assim, dentro deles, sua única expressão é como construto mental, da mesma forma que o Monstro de Espaguete Voador.
"E não vai adiantar eu argumentar, pq são os argumentos de quem acredita, contra os de quem não acredita. Por + q eu me esforçe, não"entendo" teus argumentos, nem você os meus. "
Entenda, minha cara senhora, que em NENHUM MOMENTO você argumentou. Apenas praticou proselitismo vazio (vá lá olhar no Aurélio antes que ele vire mais uma vez no caixão). Até existem argumentos para quem acredita, embora em sua grande parte sejam extremamente falaciosos, mas a senhora NÃO OS CONHECE! Sua participação nessa discussão limitou-se ao grau de iluminação, sabedoria e raciocínio de uma mesa redonda de futebol. Não é dessa forma que se defendem conjuntos de idéias.
"Não falamos a mesma língua, to acostumada a falar sobre religião com que crê em religião, os argumentos são totalmente diferentes..."
Você está acostumada a repetir seus mantras, não argumentos. Argumentos são entidades semânticas lógicas, não-paradoxais, construídas sobre premissas aceitas por ambos os debatedores, que possuem uma CONCLUSÃO. Dizer que acredita em Javezinho é mantra, não argumento. Fazer perguntas retóricas é erística, não argumento. Entendeu?
"A religião é importante, sim para a sociedade, no ensino de valores, po ex. mas não é a única forma de ensinar valores, tb."
Sim, uma gama de EXCELENTES valores como: discriminar homossexuais, impedir o avanço da ciência, proibir o sexo seguro e disseminar doenças venéreas pelo planeta, abuso sexual de menores, ostentação, soberba, arrogância e avareza (a senhora já visitou o Vaticano?), impedir o abortamento de um feto incestuoso em uma menina de 9 anos, que seria marcada por esse acontecimento até o fim da sua vida! A lista é infindável, minha gentil senhora!
"Quando eu me referi a Religiões e "religioes", não foi por preconceito,ou pq o "meu ser invisivel' é melhor q o dos outros"
A contradição entre este e o próximo trecho é tão evidente, beirando a oligofrenia galopante, que prefiro não comentar nada por enquanto. Leiam:
"foi falando da questão de valores, há "religioes" que deturpam a imagem da pessoas, muitas religões,incitam o suicidio, a morte, assasinato, a mutilação, diferente de outras, que pregam a paz, o respeito pela vida sua e do outro. Enfim, muitas coisas diferenciam 'religião' de RELIGIÃO."
Religiões que deturpam a imagem das pessoas? Que tal o Catolicismo na questão dos homossexuais? Incitam o ódio? Que tal o Catolicismo na questão da Irlanda do Norte, das Cruzadas, das Inquisições, do Fascismo, do Nazismo? A morte? Que tal o Catolicismo ao santificar pessoas que "morrem em defesa da fé", os conhecidos mártires? O assassinato? Que tal o Catolicismo? Conhece a história de Abraão? A morte dos primogênitos no Egito? A mutilação? Que tal o Catolicismo com sua linda vertente (prelazia, é assim que eles gostam de ser chamados), a Opus Dei?
De qualquer modo, a senhora coloca sua podre religião num patamar moral superior ao das demais, o que é um erro. Sua religião é tão porca quanto qualquer outra pelo simples motivo de ter sido criada por seres humanos, administrada por seres humanos e venerar um Deus inventado por seres humanos. Nada diferente de qualquer empresa, partido político ou similares...
"Que mal há em eu desejar paz e bem pra quem tá lendo isso? A tá! Preferem o que? Guerra e Mal?! (rsrsrs)"
Nenhum. Desde que não seja hipócrita, apenas repetindo o seu mantra.
Pra você também.